Elevação da Selic é uma decisão equivocada, diz CNI
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse, em nota, que considerou equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, de elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) de 7,75% para 9,25% ao ano. O resultado já era esperado pelos analistas do mercado financeiro, mas é o sétimo aumento consecutivo da taxa, que chega ao maior patamar em mais de quatro anos.
Segundo o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, os últimos dois trimestres de retração do Produto Interno Bruto (PIB) deixaram evidente o quadro adverso da atividade econômica. Além disso, efeitos defasados do aumento da Selic devem contribuir, nos próximos meses, para desestimular ainda mais o consumo e, por consequência, desacelerar a inflação.
"Dessa forma, um aumento menos intenso da Selic, em conjunto com as elevações anteriores, já seria mais que suficiente para levar a inflação até a meta, sem que o Banco Central aumentasse a probabilidade de recessão", avaliou Andrade.
A entidade argumentou ainda que "as restrições nas condições de crédito para consumidores e empresas poderiam ter seu ritmo reduzido" e que "a decisão do Banco Central por um sétimo aumento expressivo da Selic vai de encontro a essa necessidade, aumentando o custo do financiamento e desestimulando a demanda, justamente em um momento em que muitas empresas ainda estão se recuperando".
Por outro lado, o Copom justifica que o aumento da taxa de juros tem como objetivo conter o aumento dos preços, já que a Selic é definida com base no sistema de metas de inflação. Para 2021, a meta central é de 3,75%.
Fonte: SBT News