Produção industrial cai em 5 de 15 locais pesquisados em outubro, diz IBGE
O recuo de 0,6% na produção industrial na passagem de setembro para outubro foi acompanhado por 5 dos 15 locais analisados pela edição regional da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE.
As perdas mais acentuadas foram em Santa Catarina (-4,7%), Pará (-4,2%), Minas Gerais (-3,9), São Paulo (-3,1%) e Espírito Santo (-1,0%).
Já o Nordeste (5,1%), Mato Grosso (4,8%) e Ceará (4,1%) tiveram as expansões mais elevadas.
“A queda de 0,6% na indústria nacional e os resultados negativos nesses cinco locais se dá devido à conjuntura atual. Pelo lado da produção, temos o encarecimento dos custos de produção; desabastecimento de insumos e de matérias-primas, além de um cenário de incertezas que dificultam as tomadas de decisões por parte dos produtores. Do lado da demanda, temos inflação alta e acelerada, desemprego em patamar elevado e isso tudo diminui o poder de compra e o consumo das famílias, o que impacta diretamente a cadeia produtiva”, explica Bernardo Almeida, analista da pesquisa.
São Paulo tem maior influência
De todos os estados, a maior influência veio de São Paulo, que responde por cerca de 34% da produção industrial do país. A queda de 3,1% frente a setembro foi puxada pelo baixo desempenho do setor de alimentos, com uma influência negativa da entressafra e de efeitos climáticos negativos sobre o processamento da cana de açúcar; e em segundo lugar pelo setor de máquinas e equipamentos.
Em segundo lugar em termos de influência negativa vem o resultado de Minas Gerais, com queda de 3,9%, influenciado pelo desempenho negativo da indústria extrativa, especialmente o minério de ferro; e, em segundo, pelo setor de alimentos. “Minas Gerais também apresenta a quinta taxa negativa consecutiva, acumulando no período queda de 10,1%”, diz o analista da pesquisa.
No campo positivo, na passagem de setembro para outubro, Rio Grande do Sul foi a principal influência, com crescimento de 2,7%. Esse crescimento se dá pelo bom desempenho dos setores de veículos e de outros produtos químicos.
Bahia é a segunda principal influência positiva também com alta de 2,7%, a segunda taxa positiva consecutiva. O crescimento sofre influência positiva dos setores de derivados de petróleo e de outros produtos químicos.
Acumulado do ano
Na comparação com outubro de 2020, a indústria nacional teve redução de 7,8%, com queda em 13 dos 15 locais pesquisados. O IBGE ressalta que outubro (20 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (21). Pará (-14,2%), Santa Catarina (-12,5%), São Paulo (-12,3%) e Amazonas (-11,9%) tiveram os recuos mais intensos.
Pará foi pressionado, principalmente, pelo comportamento negativo dos setores de indústrias extrativas. Santa Catarina foi afetada por quedas nos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, confecção de artigos do vestuário e acessórios e produtos alimentícios. São Paulo recuou devido à queda nos setores de produtos alimentícios, veículos automotores, reboques e carrocerias e produtos farmoquímicos e farmacêuticos; e o Amazonas, devido ao recuo na produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, e bebidas.
Também houve quedas na Bahia (-10,3%), Ceará (-9,8%) e Região Nordeste (-9,0%), com taxas mais intensas que a média nacional (-7,8%), enquanto Pernambuco (-6,9%), Goiás (-6,6%), Mato Grosso (-5,3%), Paraná (-4,9%), Minas Gerais (-4,5%) e Rio Grande do Sul (-2,2%) completaram o conjunto de locais com índices negativos no mês.
Fonte: g1