Em nota, entidades defendem vacinas para todos
O Conselho Federal de Economia, ao lado de entidades da sociedade civil que são parte do Fórum Nacional pela Redução da Desigualdade Social, defende, em nota, a vacinação de todos os brasileiros.
O texto apresenta uma proposta de união entre instituições públicas e privadas para exigirem imunizantes em quantidade suficiente para a população, além da tomada de outras medidas para reduzir a mortalidade causada pela Covid-19.
Confira a nota a seguir:
Vacina para todos
No Brasil, 9.659.167 pessoas já foram infectadas pela Covid-19 e o número de mortos atingiu 234.850 (dados de 11 de fevereiro de 2021). O cenário que se vislumbra, com base nas projeções feitas pelos cientistas, é de que a situação ainda vai piorar. Além da gravidade da pandemia, as mutações do vírus, que o tornam perigoso e agressivo, vêm ocorrendo em vários países, incluindo o nosso.
No caso brasileiro há um agravante devido ao show de incompetência do governo federal para lidar com a epidemia. Quando o presidente tentou interferir, em prejuízo da sociedade, nas ações implementadas por alguns governadores e prefeitos para deter o avanço da pandemia, o STF foi obrigado a determinar que o governo federal não poderia fazê-lo.
O atual ocupante do Ministério da Saúde, especialista em logística (segundo o presidente da República), tem tido um desempenho desastroso. Nem sequer conseguiu realizar uma licitação decente para a compra de seringas, obtendo apenas 3% da quantidade necessária. Não agiu em relação ao esgotamento dos cilindros de oxigênio na cidade de Manaus, do qual foi avisado por organizações de saúde pública, verbalmente e por escrito, a partir de documentos formais que lhe foram encaminhados por cientistas e médicos nove dias antes da zeragem dos estoques. Pior: recusou oferta de vacinas da Pfizer feita em dezembro do ano passado e agora não consegue a quantidade necessária para imunizar a população. O último grupo daqueles que pertencem aos grupos de risco será vacinado em abril, o que significa, para os demais, vacinação até no próximo ano. Isto para citar os três casos mais graves.
As más notícias não param de chegar. Todos os dias os negacionistas e inimigos da ciência dedicam-se a oferecer aos brasileiros receitas para prevenir ou curar da Covid-19. São remédios não recomendados pelos médicos e cientistas e não eficazes, tais como a Cloroquina, que pode provocar sequelas, e produtos destinados a matar piolhos.
Várias entidades da sociedade civil já se pronunciaram publicamente denunciando a gravidade da pandemia e a irresponsabilidade do governo federal e, em alguns casos, de prefeitos e governadores, no trato da crise pandêmica.
Diante do caos vigente, o Conselho Federal de Economia vem propor às demais instituições públicas e privadas ações voltadas a exigir vacinas para todos em quantidade suficiente, e a tomada de outras medidas para reduzir a mortalidade causada pela Covid-19.
É necessário o engajamento de entidades representativas de categorias profissionais, associações de representação de empresas, instituições de representações religiosas e da sociedade civil, tudo com base nos estudos científicos daqueles que entendem de saúde pública.
Brasília, 11 de fevereiro de 2021.
Assinam este documento:
Conselho Federal de Economia
AFIPEA Sindical
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil – CGTB
Central Única dos Trabalhadores – CUT
GTPA-Fórum EJA/DF
Movimento Acorda Sociedade (MAS)