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Recessão técnica: PIB brasileiro cai 0,1% no 3º trimestre

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O Produto Interno Bruto (PIB) que é a soma de todos os bens, serviços e riqueza produzido no país ficou em -0,1% nos últimos três meses deste ano, se comparado com o trimestre anterior, em 2020, quando caiu 0,4%. As informações foram divulgadas na manhã desta  pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, com isso, o pais entra no cenário de nova recessão técnica, que acontece por conta de dois trimestres seguidos com retração econômica.

O setor de serviços que responde por mais de 70% do PIB teve alta de 1,1% no período, mas foi puxado para baixo devido a queda na agropecuária e também pelo recuo de 9,8% nas exportações de bens e serviços. A indústria, que responde por 20% do PIB, permaneceu estável, sendo assim, estagnando e não teve alteração (0,0%).

Com isso, os dados divulgados pelo IBGE mostram que há uma desaceleração após retomar os índices no patamar pré-pandemia.

Assim, os índices do PIB estão no patamar do fim de 2019 e início de 2020 e ainda assim, 3,4% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014. Com isso, o valor do PIB chegou a R$ 2,2 trilhões em três meses no periodo registrado. Em relação ao trimestre anterior o PIB cresceu 4,0%.

No acumulado até setembro, o PIB avançou 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

O encerramento da safra de soja provocou recuo na agropecuária (-8,0%), o que impactou nas exportações. Como a colheita da principal commoditie do país acontece geralmente nos dois primeiros trimestres, isso acaba impactando no resultado.

"Como ela é a principal commodity brasileira, a produção agrícola tende a ser menor a partir do segundo semestre. Além disso, a agropecuária vem de uma base de comparação alta, já que foi a atividade que mais cresceu no período de pandemia e, para este ano, as perspectivas não foram tão positivas, em ano de bienalidade negativa para o café e com a ocorrência de fatores climáticos adversos na época do plantio de alguns grãos", explica Palis.

Serviços em crescimento

O crescimento de serviços foi alavancado por outras atividades (4,4%), que reúnem diversos serviços prestados às famílias. E, segundo o IBGE, isso se deu por conta do aumento da vacinação contra a covid-19 o aumento da mobilidade e a reabertura da economia, que estimularam o consumo das famílias.

Além disso, cinco atividades da categoria apresentaram crescimento: serviços (4,4%), informação e comunicação (2,4%), transporte, armazenagem e correio (1,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,8%). As atividades imobiliárias (0,0%) ficaram estáveis e apenas as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,5%) e comércio (-0,4%) registraram variações negativas.

Indústria estável

Em relação à indústria, que responde por cerca de 20% da produção de riqueza do país, ficou estável (0,0%) no trimestre. Houve crescimento apenas na construção (3,9%). Nas áres de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,1%), indústrias de transformação (-1,0%) e indústrias extrativas (-0,4%) tiveram queda.

"O encarecimento dos insumos e outros problemas na cadeia produtiva, além da crise energética, vêm afetando o setor industrial", conta Palis.

Exportações caíram 9,8%

As exportações de bens e serviços apontaram queda de 9,8%, enquanto as importações de bens e serviços recuaram 8,3% no terceiro trimestre de 2021 em relação ao segundo trimestre.

"A balança de bens e serviços negativa acabou puxando a variação do PIB para baixo na comparação com o trimestre anterior. Cabe destacar, no entanto, que na comparação interanual, ambas as atividades tiveram alta acentuada, muito por conta da retomada do turismo internacional, mas a contribuição ao crescimento ainda ficou negativa, já que as importações (20,6%) superaram em muito as exportações (4,0%)", conclui Palis.

Os produtos de metal, máquinas e equipamentos, e especialmente os serviços mostraram melhores resultados entre as exportações na comparação interanual. A altas mais relevantes ocorreram em veículos automotores, produtos farmoquímicos, máquinas e equipamentos e produtos químicos.

Fonte: SBT News

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